terça-feira, 28 de abril de 2015

TRIBUNA DO NORTE - NATAL

Quando chegou às bancas, no dia 24 de março de 1950, numa edição de 12 páginas, a TRIBUNA DO NORTE disse claramente a que veio: ocupar o posto mais elevado do jornalismo impresso norte-rio-grandense, com base na qualidade e independência do tratamento dado à sua matéria-prima principal, a notícia, sem distinção de área de abrangência – cidades, política, economia, cultura... O jornal nascia com um potencial inesgotável, como ficaria provado ao longo das seis décadas seguintes: sempre mais robusto e determinado a ser o aliado preferencial do povo potiguar na construção de sua cidadania e de sua história.Sede da Tribuna do Norte e Rádio Globo
Nesta trajetória não faltariam obstáculos. O primeiro deles precisou ser vencido ainda antes da estreia. A decisão inicial do deputado federal e jornalista Aluízio Alves era que a TRIBUNA DO NORTE começaria a circular no dia 19 de março de 1950, dia de São José, não por acaso o mais amado dos santos do calendário católico nordestino, haja vista que está em suas mãos a dádiva do inverno ou a aridez das secas da região. Mas as linotipos recondicionadas, adquiridas de uma editora do Rio de Janeiro, apresentaram problemas mecânicos difíceis de contornar para a equipe recém-constituída e, portanto, sem experiência para lidar com os segredos das compositoras.

Enquanto o conserto das máquinas era providenciado, Aluízio Alves e o grupo de colaboradores que o cercava refizeram o noticiário, atualizando a edição para quando fosse possível operar sem falhas, o que ocorreu cinco dias depois. A partir daquela sexta-feira, 24 de março, o futuro líder do jornalismo potiguar jamais deixou de circular e cumprir o compromisso assumido.

Desde os seus primeiros dias de circulação, a TRIBUNA DO NORTE pautou a sua filosofia de trabalho em decisões claras e transparentes. Foi assim, por exemplo, nas campanhas políticas, tanto a presidencial quanto a governamental de 1950 – contra Getúlio Vargas e Cristiano Machado, respectivamente. A derrota nas duas frentes foi um duro golpe, que se traduziu na contabilidade da empresa: caiu a circulação, os anunciantes se retraíram. Mas ânimo entre dirigentes e colaboradores jamais se abateu.

Os 20 anos de arbítrio, que se estenderam de 1964 a 1984, também não foram fáceis para as empresas jornalísticas e, especialmente, para uma empresa que contava entre os seus dirigentes com um político de expressão nacional, como Aluízio Alves, além de irmãos, filhos e netos, para quem a política seria um campo permanente de interesse. Censura, prisões, direitos políticos cassados, ameaças de toda ordem rondavam o jornal e seus dirigentes. De fato, correram boatos insistentes de que a ditadura fecharia a TRIBUNA DO NORTE e a rádio Cabugi, sob a alegação de que seus acionistas controladores eram cassados, numa alusão aos irmãos Aluízio e Agnelo.

ArquivoAgnelo Alves, o repórter e articulista que criou a Carta ao HumanoAgnelo Alves, o repórter e articulista que criou a Carta ao Humano

Temendo que o seu jornal viesse a ter o mesmo destino de tantos outros periódicos da época, o deputado Aluízio Alves tomou uma decisão drástica: licenciou-se da Câmara Federal para gerir os negócios da empresa, na busca de solucionar seus graves problemas financeiros. Com a ajuda de amigos e a confiança do incipiente mercado publicitário, o jornal angariou o apoio de grandes empresas.  Nomes de prestígio como Paula Irmãos, Sanbra S.A., Orlando Gadelha Simas e irmãos, R. Chaves e Cia., Carlos Lamas, Cia. de Força e Luz, Sesi, Formosa Síria e Casa Rubi se tornaram anunciantes regulares da TRIBUNA DO NORTE e a eles, pouco a pouco, centenas de outros se somariam com o passar dos anos, confirmando a posição do jornal como o melhor investimento publicitário da imprensa potiguar.

ArquivoVelhas linotipos em ação na gráfica, nos primeiros anos de atuação da TRIBUNA DO NORTEVelhas linotipos em ação na gráfica, nos primeiros anos de atuação da TRIBUNA DO NORTE

Em 1979, Aluízio Alves viabiliza a impressão em off-setContando sempre com uma equipe de Redação recrutada entre os mais promissores e inquietos jovens profissionais, além de colaborações de nomes consagrados do jornalismo nacional, a TRIBUNA DO NORTE deu um grande salto para a modernização do seu parque gráfico, na década de 1970. Ao terceto formado por Aluízio, Agnelo e Zé Gobat, somou-se o empresário da área de confecções Nevaldo Rocha, entusiasta, tanto quanto Aluízio Alves, das ideias inovadoras. Com a participação dele, o grupo pôde levantar o capital necessário ao sonhado projeto de modernização do parque gráfico da TRIBUNA DO NORTE, mediante a aquisição de um novo conjunto de fotomecânica, nova impressora e nova fotocompositora. Em 13 de outubro de 1979, pouco menos de 30 anos depois de sua fundação, a TRIBUNA DO NORTE ingressava no mundo do offset e no que havia de mais moderno na época em produção e impressão de jornais.
José Gobat, o administrador que conduziu e consolidou a empresaDado esse passo, a TRIBUNA DO NORTE somaria à sua condição de líder de circulação à de líder de vendas, consolidando a posição de destaque há muito sonhada.  Assim Aluizio Alves traduziu o marcado alcançado: “Em meio a tudo, Deus nos proporcionou a força maior: a de não deixar que os sonhos se perdessem nas decepções e nos malogros eventuais, dando-nos o ânimo necessário para apanhar, no chão, os pedaços que sobraram e, com eles, fazer um novo sonho”.

Para manter a TRIBUNA DO NORTE na vanguarda do jornalismo potiguar, novos investimentos foram constantes. A partir da segunda metade dos anos 1990, por exemplo, foram aplicados recursos na informatização da redação, promovendo um salto de qualidade e de eficácia nos procedimentos jornalísticos, que culminou com a decisão de produzir um novo projeto gráfico-editorial, executado no período de 1995 a 1996.

Atualizações periódicas dos conceitos introduzidos nessa ampla reforma  foram implantadas desde então, dando ao jornal as feições que ele hoje exibe: um produto ágil, que preserva, na sua estrutura moderna, tanto a solidez empresarial e o compromisso com os anunciantes, quanto a confiabilidade, a sensibilidade e profundidade no tratamento das informações, características que marcam a trajetória do jornal nestas mais de seis décadas de sua existência

FONTE - TRIBUNA DO NORTE

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É PRECISO SABER USAR DA LIBERDADE. COM ELA CENSURAMOS OU APLAUDIMOS O QUE DEVE SER CENSURADO E O QUE DEVE SER APLAUDIDO. MAS NÃO PODEMOS ABUSAR DESSE PRIVILÉGIO PARA ASSUMIR ATITUDE QUE NÃO CONDIZEM COM A CIVILIDADE OU COM A DECÊNCIA. VERIFICAMOS QUE A IMENSA MAIORIA DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO PERTENCEM A GRUPOS POLÍTICOS, DAÍ AS "INFORMAÇÕES" NA MAIORIA, NÃO POLÍTICAS E SIM, POLITIQUEIRAS, OU SEJA, UM GRUPO QUERENDO DERROTAR O OUTRO. É UMA VERGONHA! QUEM ESTÁ NA SITUAÇÃO, O POLÍTICO PODE SER O PIOR DO MUNDO, MAS PARA EMPREGADO ELE É O DEUS DA TERRA; NO LADO DA OPOSIÇÃO, O RADIALISTA OU JORNALISTA PASSA PARA A POPULAÇÃO QUE O GOVERNO NÃO FAZ NADA, PORÉM, NO INSTANTE QUE O PODER EXECUTIVO PASSA A INVESTIR NO TAL MEIO DE COMUNICAÇÃO, ATRAVÉS DE PROPOGANDA OU DAR UM CARGO COMISSIONADO AO DONO, AÍ, LOGO JORNAL, A EMISSORA E A TELEVISÃO MUDA O DISCURSO. DAÍ, COMO FICA O COMUNICADOR QUE ANTES FALAVA MAL DE TAL POLÍTICO, TER QUE PASSAR A ELOGIÁ-LO!!!