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segunda-feira, 27 de abril de 2015

TICIANO DUARTE

       
 Escritor, líder maçônico, imortal da Academia Norte-Riograndense de Letras,Cadeira nº35, que tem como patrono: JUVENAL LAMARTINE e primeiro ocupante: EDINOR AVELINO.  torcedor do América (foi diretor e conselheiro do clube) e do Fluminense, excepcional causeur, dono de memória privilegiada para contar e reviver histórias fantásticas desta aldeia de Poti mais esquecida, mormente quando o tema é política, um de seus doutorados. Boêmio, ave noturna a sobrevoar as noites da cidade, dando vazão à sensibilidade artística de quem já foi ator, conviveu e convive com os poetas, escritores, pintores, ao lado de todos os movimentos culturais da terrinha. Poucos na província têm a elegância e o carisma de recitador da obra dos grandes poetas. Que pode acontecer, de repente, numa mesa de bar. De Manuel Bandeira, recitaria à maneira de um Paulo Autran, por exemplo:


       Nascido em 21 de abril de 1931,Ainda adolescente, Ticiano descobriu as redações dos jornais. Primeiramente em A República, governo de José Varela, final dos anos 40 começo dos 50. Por aí já fazia política estudantil, eleições do Centro Estudantil Potiguar, ele eleito deputado dos ginasianos. Tempos de Valtércio Bandeira de Melo, Joanilo de Paula Rego, Aderbal Morelli, José Fagundes de Menezes, Nabor de Azevedo Maia, Luís Bezerra, William Colbert. O Grande Ponto em alvoroço.

         Da República, Ticiano passou para o Diário de Natal, tempos de Edilson Varela e Veríssimo de Melo, Lenine Pinto, Luís Maranhão, Antônio Pinto de Medeiros. Viagens a Maceió para cursar Direito. Rua do Sol na companhia do poeta Gilberto Avelino.  Repórter, cobria Assembleia Legislativa, Palácio Potengi, convivendo com os políticos. Mais tarde seria chefe de gabinete do prefeito Djalma Maranhão e secretário (Interior e Justiça) do Governo Aluízio Alves. Mais recentemente, delegado do Ministério do Trabalho. Depois, auditor do Tribunal de Contas. Várias cátedras. Dos expedientes palacianos uma esticada aos bares, às peixadas das Rocas, às noitadas que alcançavam as madrugadas, Natal Clube, Maria Boa. O encantador ofício da boemia com os amigos, as amigas, os artistas, pintores e poetas. Ticiano participou de todos esses movimentos culturais havidos na província, a partir da década de 40.

       Fez teatro amador integrando o grupo “Os Farsantes”, liderado por Newton Navarro. Mais adiante aparece no elenco de um novo grupo, Teatro Experimental de Artes, também com Navarro, mais Moacir de Goes, Geraldo Carvalho, Humberto Magalhães e Marcelo Fernandes. Montam a peça  “Cantam as Harpas de Sião”, de Ariano Suassuna. O jornalismo e a política roubam-lhe a cena teatral. A ribalta agora é outra

        Final dos anos 60, na ditadura militar que cassou Aluizio Alves, Ticiano assumiu a editoria da Tribuna do Norte. Foi chamado muitas vezes ao Quartel General (comando do Exército). Terminou sendo enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Julgado em Recife, foi absolvido. Comemorou-se em todos os bares. A boemia, o bom uísque, a liberdade de expressão, o bom papo jamais serão cassados.

       Pai de dois filhos, seis netos e sete bisnetos, Ticiano, ao lado de Iaponira, chega aos 80 anos com o mesmo espírito e charme da juventude, acrescidos de uma elegante bengala e suspensórios nem tanto. Fraterno e amigo, cultor da solidariedade, fiel às amizades  e  ao uísque, à boa convivência com os bons companheiros ao quais faz sempre, todos os dias, a mesma pergunta: “Alguma novidade?”

         De Ticiano, usando um bordão bem seu, eu diria: é uma Grande Figura! E ele responderia, certamente, com os versos de Drummond, voz pausada: Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo.
FONTE - TRIBUNA DO NORTE

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É PRECISO SABER USAR DA LIBERDADE. COM ELA CENSURAMOS OU APLAUDIMOS O QUE DEVE SER CENSURADO E O QUE DEVE SER APLAUDIDO. MAS NÃO PODEMOS ABUSAR DESSE PRIVILÉGIO PARA ASSUMIR ATITUDE QUE NÃO CONDIZEM COM A CIVILIDADE OU COM A DECÊNCIA. VERIFICAMOS QUE A IMENSA MAIORIA DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO PERTENCEM A GRUPOS POLÍTICOS, DAÍ AS "INFORMAÇÕES" NA MAIORIA, NÃO POLÍTICAS E SIM, POLITIQUEIRAS, OU SEJA, UM GRUPO QUERENDO DERROTAR O OUTRO. É UMA VERGONHA! QUEM ESTÁ NA SITUAÇÃO, O POLÍTICO PODE SER O PIOR DO MUNDO, MAS PARA EMPREGADO ELE É O DEUS DA TERRA; NO LADO DA OPOSIÇÃO, O RADIALISTA OU JORNALISTA PASSA PARA A POPULAÇÃO QUE O GOVERNO NÃO FAZ NADA, PORÉM, NO INSTANTE QUE O PODER EXECUTIVO PASSA A INVESTIR NO TAL MEIO DE COMUNICAÇÃO, ATRAVÉS DE PROPOGANDA OU DAR UM CARGO COMISSIONADO AO DONO, AÍ, LOGO JORNAL, A EMISSORA E A TELEVISÃO MUDA O DISCURSO. DAÍ, COMO FICA O COMUNICADOR QUE ANTES FALAVA MAL DE TAL POLÍTICO, TER QUE PASSAR A ELOGIÁ-LO!!!

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